segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Adeildo Vieira


1962
Em 16 de agosto nasce Adeildo Vieira dos Santos, em Itabaiana, na Paraíba, terra de Sivuca e do poeta Zé da Luz.
1977
Motivado pelo exôdo rural, muda-se com a família para João Pessoa, onde aos 15 anos é aprovado no curso de Mecânica da Escola Técnica Federal da Paraíba.
1980
No curso de Engenharia Mecânica, na Universidade Federal da Paraíba, teve de forma espontânea o primeiro contato com a música. Largou tudo.
1983
Morador do bairro de Jaguaribe , vizinho dos irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, aproxima-se cada vez mais da música. Um show solo no início do ano, foi sua primeira apresentação. No mesmo ano participa do primeiro festival.
1984
Engaja-se no Musiclube da Paraíba e realiza o primeiro show com banda. A música "Mama Society Blues" ganhou o prêmio de melhor letra no Festival da Escola Técnica Federal da Paraíba - MPBTEC.
1986
Participa pela primeira vez do Festival do SESC.
1997
A canção "Manus Manus" recebe o primeiro lugar no Festival da Universidade da Paraíba.
1998
A canção "Cara de Santo" chega ao terceiro lugar no Festival do SESC.
2000
Lança o disco "Diário de Bordo", que resultou no Troféu Imprensa do ano 2000.
2004
A canção "Cais" recebe o primeiro lugar no Festival do CEFET/PB.
2009
A canção 'Alegria de Farol' é selecionada para a etapa nacional do I Festival de Música da ARPUB - Associação de Rádios Públicas do Brasil.
2009
Lança "Há Braços".
Por Lau Siqueira

Adeildo Vieira, seguramente, representa uma das mais belas expressões musicais deste país. Ainda fora da grande mídia, esse artista aproxima a sua produção, em termos de densidade e beleza, à produção de nomes consagrados (e também fora da mídia), como Beto Guedes e outros gigantes cujo talento e honestidade estética nos ajudam a compreender a engrenagem midiática como um Big Brother sorridente e... sem os dentes necessários para digerir a qualidade e a diversidade da música brasileira contemporânea.

Preocupado muito mais com as especificidades da sua própria produção, alheio (e não alheado) aos monturos maquiados das grandes produções, Adeildo é um guerrilheiro do cotidiano, mostrando em cada show, em cada nova música, em cada cantata... que muito além do encontro da música com a poesia, promove o encontro da arte com a cidadania.

Dono de uma percepção ao mesmo tempo crítica e amorosa do mundo (coisa que aflora em suas letras), Vieirinha vai trilhando um caminho infelizmente raro na música brasileira, o caminho dos que despem a alma porque sabem que é da integralidade da sua existência nascerá uma obra revestida, sobretudo, de dignidade e beleza. Neste caso específico, não me refiro apenas a beleza que devora os sentidos, mas também a beleza invisível que alimenta corações e mentes no caminho luminoso de onde sempre partem os guerrilheiros do futuro, aqueles que resistem ao oco, ao descampado da inteligência e das emoções humanas, como o conteúdo ideológico das bolsas de valores, onde a compra e venda de ações determinam a fome no mundo.

Aos produtores do Brasil e deste mundão cibernético de Língua Portuguesa, diante da mesmice e da mediocridade patológica que oprime os povos, solicito alguns minutos de atenção em torno deste artista ímpar que nem precisava ser o companheiro maravilhoso que é, porque somente por sua obra já seria suficientemente amado.

Adeildo é a melhor expressão de uma geração inteira de artistas que insiste em conduzir o traçado das suas existências, no compromisso de cumprir em cada instante um ato de transformação, seja estética, seja política... Sensível às mazelas do mundo, ele canta o amor e suas viagens celestiais, a dor de sentir na pele a selvageria do sistema, ou as dores da alma... mas, sobretudo, esse “coleguinha” canta o prazer de sentir o braço-no-abraço-companheiro de quem acredita que 'a vida pode ser bem melhor... e será.'
Saiba tudo em
http://www.adeildovieira.com.br/

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