terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Amador sem coisa amada



Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.

Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.

Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.


António Gedeão/Portugal
Foto de Carla Freire

1 comentário:

Anónimo disse...

Perfeito

adoro isso.

Namastê