
Fogo Primaz
Numa fogueira de espinhos ardem as folhas de um poema impuro
Antes de a noite acabar todas as melancolias brilharão na escuridão
Então uma tempestade de medos arrasará todas as liturgias pagãs
E minha alma cantará uma canção esquecida pelos antigos druidas
Como um bruxo ,deixarei de acreditar nas humanas razões
Pedra sobre pedra estarão caindo como uma avalanche de sonhos
E nada será flor no jardim do passado que acordou o fogo primaz
Uma fada de asas desgarradas entoara um soneto sem rima nem lágrimas
O céu não será uma constelação de esperanças e desejos
Queimarão junto as fogueira, a minha insensata ternura e o temor
Toda paixão será expulsa do éden dos covardes sem destino
Então o poema estará livre dos meus pecados e mistérios
O poema só será poema quando o meu sangue secar
na geografia humana do que fui.
Flavio Pettinichi- 27 – 12 - 2009
Brasil
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