terça-feira, 31 de março de 2009

NOTÍCIAS BOAS


Um estudo divulgado esta sexta-feira revela que o número de ninhos ocupados por cegonhas-brancas em Portugal aumentou mais de cinco vezes nos últimos 20 anos, existindo perto de 7.700, o que comprova a recuperação da espécie.
Os resultados são do V Censo Nacional de cegonha-branca, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN), realizado entre Março e Maio de 2004, que mostra a existência de mais de 7.685 ninhos, em contraste com os 1.500 encontrados em 1984.

A cegonha-branca é uma ave que se encontra mais no Sul do país, sendo uma presença constante nas searas e pousios alentejanos e nos arrozais. Os distritos de Beja, Évora, Setúbal, Santarém e Portalegre somam 82 por cento dos ninhos existentes.

Tal como em toda a Europa Ocidental, a população portuguesa de Cegonha-branca sofreu uma forte regressão durante décadas, tendência invertida apenas no final da década de 80.

Para a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, o aumento do número de cegonhas-brancas em Portugal deve-se ao fim de um período de seca de várias décadas nas suas áreas de invernada africanas e à proliferação na Península Ibérica de uma espécie exótica invasora, o lagostim-vermelho da Louisiana, que passou a constituir a base da sua alimentação.

"Foi este crustáceo que permitiu que várias dezenas de milhares de cegonhas-brancas passassem a residir em Portugal, evitando a mortalidade associada à migração e invernada na África sub- saariana", explica a SPEA.

A organização sublinha também os esforços de conservação da espécie ocorridos nas duas últimas décadas, entre os quais a sensibilidade ambiental das populações e o esforço coordenado do ICN e de vários agentes sociais e económicos, como as companhias de distribuição e transporte de electricidade (EDP e REN).

A SPEA é uma organização não-governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal.

(foto de Viviana)

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