sábado, 16 de maio de 2009

O Jegue Misterioso



Me embrenhei pelas mata
sempre de orêia em pé.
Ouvi zuada de pata
de bicho de quatro pé
por detrás de um arbusto.
Refeito, dispois do susto,
fui expiá o que é.

Acredite meu cumpade,
num sô cabra de invenção.
Já vi batina de pade
correndo de assombração.
Mas eu nunca ví na vida,
visage tão parecida
com sacanage do cão:

Era um jegue adurmecido,
que tirava uma soneca
do lado dum falecido,
cunhecido por Seu Zeca;
O Seu Zeca do jumento.
Um cabra tão avarento,
que tinha pau na munheca.

Foi a chave do mistério
que eu dei conhecimento.
Pode levá tudo à sério,
nem precisa documento.
O gemido doloroso,
do causo misterioso,
era o ronco dum jumento!

Herculano Alencar-Poeta do Ceará-Brasil

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