Poeta Pernambucano
Carlos Cavalcanti
No sertão nós comemos tapioca,
jerimum, feijão-gordo e milho assado,
maxixada e farofa com guisado,
carne seca moída na paçoca,
milho quente dançando na pipoca,
o tutano a brilhar sobre o pirão,
mamão verde no falso camarão,
carne assada comida com angu,
café quente tomado com beiju
logo após de um gostoso rubacão
Saboroso cuscuz (ralando o milho)
e depois, borrifado em leite quente,
a comida legal de nossa gente,
as espigas ligadas pelo atilho.
Sobremesa crocante do sequilho,
mel de abelha por cima do cará,
a terrina esborrando munguzá,
no domingo a famosa panelada,
manhã cedo a tigela de umbuzada,
mel de furo, castanha e corrumbá.
Mariola, jabá e macaxeira,
o pirão degustado na buchada,
o sabor destacado da cocada,
água doce apanhada na biqueira,
goma pura e farinha sem crueira,
bode assado, e também raspa de queijo,
deixa a boca repleta de desejo
nessa vasta dieta do sertão
sem falar na panela de capão,
mesa farta a do nosso sertanejo.
A famosa galinha cabidela,
o gostoso feijão baião de dois,
onde a carne cozida com arroz
faz o cheiro emanar lá da panela.
A banana adoçada e com canela,
fava branca cozida e temperada,
jerimum machucado na coalhada,
sem deixar de comer queijo de coalho,
a batata assadinha no borralho
leite cru no curral de madrugada.
A farinha de milho no feijão,
a canjica e a pamonha no jantar,
bolo preto o melhor de paladar,
café forte batido no pilão,
charque assada e farofa de bolão,
o sabor dessa mesa é inconteste,
essa nossa dieta se reveste
das melhores riquezas naturais,
nossas frutas e nossos vegetais
são manjares na mesa do Nordeste
Foto de Ceci Avelino
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