Ha ha ha . . .
Tô enfiado na lama
É um bairro sujo
aonde os urubus têm casas
e eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
aonde os urubus têm asas
eu Vou pintando, segurando as paredes
do mangue do meu quintal e Manguetown
Andando por entre os becos
andando em coletivos
ninguém foge ao cheiro sujo
da lama da manguetown
Andando por entre os becos
andando em coletivos
ninguém foge à vida suja
dos dias da manguetown
Esta noite sairei oh que?
eu Vou beber com meus amigos...
Ha!
E com as asas que os urubus
me deram ao dia
Eu voarei por toda a periferia
e Vou sonhando com a mulher
que talvez eu possa me-encontrar
E ela também vai andar no-que?
na lama-lá do meu quintal é
Manguetown
Andando por entre os becos
andando em coletivos
ninguém foge ao cheiro sujo
da lama da manguetown
Andando por entre os becos
andando em coletivos
ninguém foge à vida suja
dos dias da manguetown
Andando por entre os becos
andando em coletivos
ninguém foge ao cheiro sujo
da lama da manguetown
Andando por entre os becos
andando em coletivos
ninguém foge à vida suja
dos dias da manguetown
Fui no mangue catá lixo
pegar caranguejo
Conversar com urubu
Chico Science
Não basta libertar o homem de sua miséria econômica.
É necessário também libertá-lo de sua miséria afetiva,
de sua pobreza criativa e de sua incapacidade
de desfrutar o prazer de viver.
(Rolando Toro)
Foto de Carla Freire/Paraíba/Brasil
1 comentário:
Bela foto !
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