quarta-feira, 2 de junho de 2010

Manguetown



Ha ha ha . . .


Tô enfiado na lama

É um bairro sujo

aonde os urubus têm casas

e eu não tenho asas

Mas estou aqui em minha casa

aonde os urubus têm asas

eu Vou pintando, segurando as paredes

do mangue do meu quintal e Manguetown

Andando por entre os becos

andando em coletivos

ninguém foge ao cheiro sujo

da lama da manguetown

Andando por entre os becos

andando em coletivos

ninguém foge à vida suja

dos dias da manguetown



Esta noite sairei oh que?

eu Vou beber com meus amigos...

Ha!

E com as asas que os urubus

me deram ao dia

Eu voarei por toda a periferia

e Vou sonhando com a mulher

que talvez eu possa me-encontrar

E ela também vai andar no-que?

na lama-lá do meu quintal é

Manguetown

Andando por entre os becos

andando em coletivos

ninguém foge ao cheiro sujo

da lama da manguetown

Andando por entre os becos

andando em coletivos

ninguém foge à vida suja

dos dias da manguetown



Andando por entre os becos

andando em coletivos

ninguém foge ao cheiro sujo

da lama da manguetown

Andando por entre os becos

andando em coletivos

ninguém foge à vida suja

dos dias da manguetown



Fui no mangue catá lixo

pegar caranguejo

Conversar com urubu

Chico Science


Não basta libertar o homem de sua miséria econômica.
É necessário também libertá-lo de sua miséria afetiva,


de sua pobreza criativa e de sua incapacidade


de desfrutar o prazer de viver.


(Rolando Toro)
Foto de Carla Freire/Paraíba/Brasil



1 comentário:

Riso Maria Dersu disse...

Bela foto !

Namastê