ACTO III ---->
Raios de tinta atravessam o papel
Nas espigas douradas o mundo
ainda existe, nos sobreiros a luz
quebra-se em miríades outonais
As fronteiras alargam-se. Com o
plasma em fogo as cores procuram-te:
Azuis distorcidos, amarelos pálidos,
roxos, vermelhos não vermelhos….
Encontras-te do lado dos animais,
pois ser-se poeta é ser-se mais alto
que os homens, é ser-se peregrino…
Na solidão dos desertos, no centro
da dor , na chaga aberta, purificas
as coisas com dedos de fogo.
Poema de Luís Costa -Portugal
Foto de Carla Freire
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