domingo, 23 de agosto de 2009

Flor de Cardo



Tenho a cor da flor dos cardos
refugio-me em grota escura
para fugir dos amores da primavera
que me roubam sonhos ternuras
e me deixam toda nua
de pés descalços e mãos vazias

persigo fielmente estrelas
na rota do amor im
possível
bem ao longe (gosto de pensar)
em obscura bruma florescido
numa Constelação qualquer
talvez Andrômeda ou Cassiopéia
e cultivo rosas
rosas de sangue
num jardim secreto

veladamente espreito
os dias verdes por entre as pedras
na solidão noturna em que vivo

Anda regressa
veste-me com teus beijos
traze-me teu coração em chamas
meu nome em teus olhos acesos

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Poema de Marianne Franca
Fotografia de Carla Freire

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