domingo, 21 de fevereiro de 2010

Vôo da Garça


Vôo da Garça

Voa,
Asa solta e vento
voa
peito leve e alma
boa
beijo à solta
e o coração não cobra
nem que grande parte disto
doa
eu sei que nada destoa
entre o que em mim ecoa
e a vontade de te amar

voa
ensaia o vôo da garça
porque a altura não disfarça
no vazio o tempo sobra
e descobres que o amor é uma obra
construida a quatro mãos
sem ter linha de metade
nem lugar de exposição

o vôo é largo
é longa a rota
quando é amargo um beijo adoça
e um abraço reconforta
descemos sempre à nossa porta

voa
no amor o tempo
voa
para nós nunca se escoa
não é breve nem demora
voa
livre e como livre
não se cansa
não tem ontem nem agora
não tem cá dentro ou lá fora
haverá quem voe assim?

Luis Represas/Portugal
Foto de Carla Freire

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