quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Chamas


tudo em mim emudeceu no confronto com os oblíquos cristais,
vidro quebrado pelo suspenso respirar
que em meu peito acende fogueiras de voraz duplicidade.



rogo!...
imploro no canto inaudível das sombras
o adormecer eterno deste meu exultante peito
e rasgando as chamas me deito sobre as cinzas,
aquietadas notas melancólicas que me cobrem
de nocturnas e insuspeitas poeiras.



balbucio então rendição ao passante vento
e ao meu corpo peço perdão por dele ter perdido o rumo
pois não sei onde, nem em que tempo,
me esqueci de lhe dar nome
e dele, no cru espelho,
procurar o secreto reflexo.

Poesia:AnaLu
Foto de Carla Freire

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