terça-feira, 3 de maio de 2011

POESIA


Me deixe ser poesia…


Braseiro doce
remédio sem tampa
um vento frouxo que me abraça
na voz de um cancão que canta…
Ou, minha santa!
Deixe eu morrer não.
Me guarde numa ribanceira desse rio…
Me deixe ao sol
feito uma macambira avermelhada de brabeza…
Deixe eu morrer não…
Me valha de mais tempo
me encha todinho d’água
que nem fosse um pote novo
suando de alegria.
Me faça de rebento
no mei d’uma trovoada
me faça de semente
no chão bem enterrada
e deixe que eu ouça
um pingo numa poça
me deixe ser toada.
Toada de encanto
de seca ou de invernia
não deixe eu morrer não
me deixe ser poesia.

Marco di Aurélio - Paraíba - Brasil
Foto de Carla Freire na Abertura do Bancarte 2011 (Grupo Armorial Cordas de Caroá)

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