sábado, 20 de junho de 2009

Soneto do Maior Amor


Soneto do Maior Amor



Maior amor nem mais estranho existe

que o meu, que não sossega a coisa amada

E quando se sente alegre, fica triste

E se a vê descontente, dá risada.



E que só fica em paz se lhe resiste

O amado coração, e que se agrada

Mais da eterna aventura em que persiste

Que de uma vida mal-aventurada.



Louco amor meu, que quando toca, fere

E quando fere vibra, mas prefere

Ferir a fenecer - e vive a esmo



Fiel à sua lei de cada instante

Desassombrando, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

(Vinicius de Moraes)

Foto de Carla Freire

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